quinta-feira, 26 de agosto de 2010

POLIGAMIA - O MANIFESTO


O MANIFESTO

Os membros da igreja mórmon praticaram a poligamia, oficialmente, entre 1843-1890. Esta prática cessou porque Wilford Woodruff, o presidente da igreja na época, teve uma suposta revelação em que a prática da poligamia divina  deveria ser interrompida.  

Críticos dizem ser uma coincidência inaceitável que Woodruff tenha recebido uma revelação para a extinção da poligamia ao mesmo tempo em que o governo perseguia polígamos.  

O Ato Edmunds, que foi aprovado em 1882, permitia ao Governo processar qualquer um que participasse da poligamia ou de "coabitação ilícita". Os mórmons ignoraram essa lei, especialmente por estarem extremamente isolados geograficamente.

John Taylor, o terceiro presidente da igreja, precisou manter-se foragido, pois havia um mandado de prisão contra ele por poligamia, em 1885. Após um ano foragido, o presidente SUD Taylor mostrou desafiar  a lei do governo ao casar-se com uma moça de 26 anos de idade, enquanto ele estava com seus 78 anos!  

O Governo estava inquieto com a rebelião dos SUDs, e aprovou o Ato Bill Edmunds-Tucker, em 1887. Este ato permitiria que os bens da igreja e dos praticantes da poligamia fossem confiscados. Assim, certamente a igreja seria levada à falência por suas práticas de poligamia.  

Em 1890, o Governo conseguiu apreender alguns bens da igreja. Neste ponto, o quarto presidente, Woodruff, viu que o Reino de Deus não teria escolha senão se render às exigências de Washington.

Abaixo, segue o Primeiro Manifesto, onde oficialmente os casamentos poligamos seriam extintos. Veja no site oficial da igreja SUD AQUI.

DECLARAÇÃO OFICIAL—1 
A Quem Interessar Possa:
 
Notícias da imprensa, provenientes de Salt Lake City foram amplamente divulgadas com propósitos políticos, declarando que a Comissão de Utah, em seu recente relatório ao Ministro do Interior, alega que ainda se realizam casamentos plurais e que quarenta ou mais casamentos dessa ordem foram celebrados em Utah desde junho passado ou durante o último ano; e também que em discursos públicos os líderes da Igreja ensinaram, incentivaram e estimularam a continuação da prática da poligamia— 


Eu, portanto, como presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, pela presente e da maneira mais solene declaro serem falsas tais acusações. Nós não estamos ensinando poligamia, ou seja, casamento plural, nem permitindo que qualquer pessoa adote tal prática; e nego que quarenta ou qualquer outro número de casamentos plurais tenham sido celebrados durante esse período em nossos templos ou em qualquer outro lugar do Território. 

Relatou-se um caso em que as partes declaram ter sido o casamento realizado na Casa de Investiduras, em Salt Lake City na primavera de 1889, mas não consegui descobrir quem realizou a cerimônia; o que quer que tenha sido feito nesta questão, foi sem meu conhecimento. Em consequência dessa alegada ocorrência, a Casa de Investiduras foi, por ordem minha, demolida sem demora. 

Sendo que o Congresso promulgou leis proibindo o casamento plural, leis essas que foram pronunciadas constitucionais pelo tribunal de última instância, eu aqui declaro minha intenção de submeter-me a essas leis e de usar minha influência junto aos membros da Igreja que presido, para que eles façam o mesmo. 

Nada há em meus ensinamentos à Igreja nem nos de meus companheiros, durante o tempo especificado, que se possa razoavelmente interpretar como imposição da poligamia ou estímulo a ela; e quando algum élder da igreja usou palavras que pareciam transmitir tal ensinamento, foi prontamente repreendido. E agora declaro publicamente que meu conselho aos santos dos últimos dias é que se abstenham de celebrar casamentos proibidos pelas leis do país. 

Wilford Woodruff
Presidente de A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias 

O Presidente Lorenzo Snow apresentou o seguinte: 

“Reconhecendo Wilford Woodruff como Presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e atualmente o único homem na Terra a possuir as chaves das ordenanças de selamento, proponho que o consideremos plenamente autorizado, em virtude de sua posição, a expedir o Manifesto que foi lido em nossa presença, datado de 24 de setembro de 1890; e que, como igreja reunida em Conferência Geral, aceitemos sua declaração concernente aos casamentos plurais como oficial e obrigatória.” 

O Voto para apoiar a moção foi unânime. 

Salt Lake City, Utah, 6 de outubro de 1890.

TRECHOS DE TRÊS DISCURSOS DO PRESIDENTE WILFORD WOODRUFF A RESPEITO DO MANIFESTO

O Senhor jamais permitirá que eu ou qualquer outro homem que presida esta Igreja vos desvie do caminho verdadeiro. Isso não faz parte do plano. não é a intenção de Deus. Se eu tentasse fazê-lo, o Senhor me afastaria de meu lugar, o mesmo acontecendo com qualquer outro que tentasse afastar os filhos dos homens dos oráculos de Deus e de seus deveres. (Sexagésima Primeira Conferência Geral Semestral da Igreja, segunda-feira, 6 de outubro de 1890, Salt Lake city, Utah. Publicado no Deseret Evening news, 11 de outubro de 1890, p. 2.) 

Não importa quem viva ou quem morra, ou quem seja chamado para conduzir esta Igreja—eles têm que conduzi-la pela inspiração do Deus Todo-Poderoso. Se assim não fizerem, de forma alguma o conseguirão. (...) 

Ultimamente tenho recebido algumas revelações, que considero muito importantes, e relatar-vos-ei o que o Senhor me disse. Consideremos o que chamamos de manifesto. (...) 
O Senhor pediu-me que fizesse uma pergunta aos santos dos últimos dias, afirmando também que, se acatarem o que eu lhes disser e responderem, pelo Espírito e poder de Deus, à pergunta feita a eles, todos responderão da mesma forma e todos crerão da mesma forma em relação a este assunto. 
A Pergunta é: Qual o melhor caminho a ser seguido pelos santos dos últimos dias — continuar tentando a prática do casamento plural, contrariando as leis do país e enfrentando a oposição de sessenta milhões de pessoas, sofrendo o confisco e perda de todos os templos e a interrupção de todas as ordenanças neles realizadas tanto para os vivos como para os mortos, além da prisão da Primeira Presidência e dos Doze, bem como de chefes de família da Igreja, e também o confisco de propriedades particulares dos membros (o que acarretaria a interrupção dessa prática); ou, então, após fazer e sofrer o que fizemos e sofremos por termos aderido a esse princípio, abandonar tal prática e submeter-nos à lei, dessa forma permitindo que os Profetas, Apóstolos e pais de família permaneçam em seus lares, de modo a poderem instruir o povo e cuidar dos assuntos da Igreja, deixando também os templos nas mãos dos santos a fim de realizarem as ordenanças do Evangelho tanto para os vivos como para os mortos? 

O Senhor mostrou-me, por meio de visão e revelação, exatamente o que ocorreria se não abandonássemos essa prática. Se não a tivéssemos abandonado, esses homens do Templo de Logan (...) não teriam qualquer utilidade; pois as ordenanças seriam interrompidas em toda a terra de Sião. Reinaria confusão em Israel e muitos homens seriam encarcerados. O problema afetaria toda a Igreja e seríamos obrigados a abandonar a prática. A pergunta agora é se essa prática deveria ser interrompida dessa forma ou da forma que o senhor nos manifestou, deixando livres nossos Profetas e Apóstolos, bem como os pais de família, e deixando os templos nas mãos do povo para que os mortos sejam redimidos. Muitos já foram libertados da prisão do mundo espiritual por este povo; e o trabalho deve continuar ou parar? Esta é a pergunta que faço aos santos dos últimos dias. Tendes que julgar por vós mesmos. Desejo que respondais por vós mesmos. Não responderei a ela; mas digo-vos que essa seria exatamente a situação em que nós, como povo, nos encontraríamos, caso não tivéssemos agido como agimos. 

(...) Vi exatamente o que aconteceria se algo não tivesse sido feito. Venho sentindo esse espírito há muito tempo. Desejo, porém, dizer-vos isto: Eu teria deixado que os templos nos escapassem das mãos; teria ido eu próprio para a prisão e permitido que isso acontecesse a muitos de vós, não tivesse o Deus do céu me ordenado fazer o que fiz; e quando chegou a hora em que isso me foi ordenado, tudo ficou claro para mim. Dirigi-me ao Senhor e escrevi o que Ele ordenou que eu escrevesse. (...) 

Deixo-vos isto para que pondereis a respeito. O Senhor está trabalhando conosco. (Conferência da Estaca Cache, Logan, Utah, domingo, 1º de novembro de 1891. Publicado no Deseret Weekly, 14 de novembro de 1891.) 

Agora vos direi o que me foi manifestado e a participação do Filho de Deus nisto. (...) Tudo isso teria sucedido, assim como o Deus Todo-Poderoso vive, caso o manifesto não tivesse sido dado. Portanto o Filho de Deus sentiu que isto deveria ser apresentado à Igreja e ao mundo para propósitos que Ele conhecia. O Senhor decretara o estabelecimento de Sião. Decretara a conclusão deste templo. Decretara que a salvação dos vivos e dos mortos fosse oferecida nestes vales entre as montanhas. E o Deus Todo-Poderoso decretou que o Diabo não frustraria isso. Se o compreenderdes, aí está a chave. (De um discurso proferido na sexta sessão dedicatória do Templo de Salt Lake, abril de 1893. Transcrição dos Serviços Dedicatórios, Arquivos, Departamento Histórico da Igreja, Salt Lake City, Utah.)


Comentários:

1 - Woodruff mentiu ao afirmar que "Nós não estamos ensinando poligamia" ou que casamentos polígamos não estavam sendo realizados. Estes argumentos estão discutidos AQUI.

2 - Quanto aos trechos dos discursos de Woodruff, há pontos interessantes a serem notados:

A - Ao afirmar que:

"O Senhor jamais permitirá que eu ou qualquer outro homem que presida esta Igreja vos desvie do caminho verdadeiro."

vários membros da igreja já estavam presos por causa da poligamia.

B - Woodruff desafia os membros da igreja com tal frase:

"O Senhor pediu-me que fizesse uma pergunta aos santos dos últimos dias, afirmando também que, se acatarem o que eu lhes disser e responderem, pelo Espírito e poder de Deus, à pergunta feita a eles, todos responderão da mesma forma e todos crerão da mesma forma em relação a este assunto." 
Ao usar esse recurso de retórica, o presidente dirciona a opção e pensamento dos membros da igreja. Afinal, quem teria coragem de responder de forma distitna daquela que Deus espera?

C - Ao colocar a situação de forma bem clara: 

"A Pergunta é: Qual o melhor caminho a ser seguido pelos santos dos últimos dias — continuar tentando a prática do casamento plural, contrariando as leis do país ...sofrendo o confisco e perda de todos os templos...prisão da Primeira Presidência e dos Doze, bem como de chefes de família da Igreja, e também o confisco de propriedades particulares dos membros...ou, então...abandonar tal prática...permitindo que os Profetas, Apóstolos e pais de família permaneçam em seus lares... "

O maior questionamento, no caso, é: como um Deus onisciente, que já saberia de antemão as consequências de um mandamento contrário às leis dos homens, obrigaria (sim, obrigaria, pois era um mandamento) seus filhos a seguirem tal prática?

Por que antes foi profetizado que ninguém entraria no reino de Deus se não praticasse a poligamia, e esta profecia foi posteriormente revogada?

A resposta é óbvia.

E, de fato, é no mínimo interessante que Woodruff apenas viu o que aconteceria aos SUDs, se continuassem praticando a poligamia, quando parte dos bens da igreja foram confiscados.


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O LIVRO DE ABRAÃO - FONTES



FONTES DO LIVRO DE ABRAÃO


Texto traduzido e adaptado de Examining the Book of Abraão - Chapter 8
by Kevin Mathie
 

Ao defender que Joseph Smith não usou um real papiro de Abraão como uma fonte para a versão atual e impressa, é  interessante observarmos as possíveis fontes para as idéias por trás do texto (além da fértil imaginação de Joseph Smith).

Podemos agrupar o Livro de Abraão em quatro partes 9a:

1. Parte I: " Introdução Autobiográfica de Abraão ", publicado pela primeira vez no Times and Seasons, em 01 de março de 1842.

2. Parte II: "Revisão de Gênesis 11:29; 12:1-13", publicado pela primeira vez no Times and Seasons, em 01 de março de 1842.

3. Parte III: "O Cosmos e a Existência Espiritual", publicado pela primeira vez no Times and Seasons, em 15 de março de 1842.

4. Parte IV: "Revisão do Gênesis 1:01 ao 02:10, 16-25", publicado pela primeira vez no Times and Seasons, 15 de março, 1842.

As partes dois e quatro, é claro, tem claramente como base a versão da Bíblia do Rei Tiago (King james). Mas muitos dos conceitos por trás da nova doutrina que se encontram no Livro de Abraão ter outras origens possíveis.

O autor SUD Grant Palmer explica:

Em 1835, o ano que [Joseph Smith] produziu os capítulos iniciais de Abraão, seu conselheiro Oliver Cowdery, no Messenger and Advocate, mencionou Josephus três vezes na interpretação das imagens do rolo de "José do Egito" [dezembro 1835].

No Antiquities of the Jews, Josephus escreveu sobre como Noé, que teve problemas com seu filho Ham, "amaldiçoou sua posteridade", enquanto a linhagem de Abraão e outros "escaparam daquela maldição."

Joseph Smith expandiu essa maldição original (Gen. 9:20-27) para incluir a negação da ordenança do sacerdócio para os negros (Abr. 1:21-26). O estudioso SUD Lester Bush, com estes versos de Abraão em mente, comentou:

"A escritura mórmon [O Livro de Abraão] e os argumentos contemporâneos a favor da escravidão são impressionantes”.

Josephus ainda identificou Abraão como um residente da Caldéia e "uma pessoa de grande sagacidade", que "começou a ter maior noção de virtude que os outros tiveram, e ele ficou determinado a renovar e mudar a opinião que todos os homens, levando-os a terem respeito a Deus."

A pregação de Abraão não era bem-vinda. Eles "criaram um tumulto contra ele ... e com a ajuda de Deus, ele veio e viveu na terra de Canaã. Enquanto em Canaã, a terra prometida para os seus descendentes, Abraão encontrou a fome. Isto levou ele e sua esposa, Sarah, para o Egito, onde ele conseguiu fingir ser o irmão de sua esposa. O faraó finalmente permitiu que ele "conversasse com os mais sábios dentre os egípcios; assim, dessas conversas, sua virtude e reputação tornaram-se mais visíveis do que jamais haviam sido antes. ... Ele ensinou-lhes a aritmética, e deu-lhes a ciência da astronomia, pois antes de Abrão chegar ao Egito , eles não estavam familiarizados com estas áreas de aprendizagem ... "


Esta dissertação de Josephus, que estava disponível para Joseph Smith [note a assinatura de Hyrum Smith na parte inferior da página acima9b], explica porque, ao examinar o Facsímile 1 do papiro de Hor, Joseph assumiu que Abraão estava sendo sacrificado por pregar contra os deuses pagãos, mas que escapou com a ajuda de Deus. 

Olhando o outro lado do pergaminho, Joseph viu ainda no Facsimile 3 Abraão ensinando astronomia na corte do Faraó, exatamente como retrata a narrativa de Josephus.10

[...]

As frases astronômicas e conceitos nos textos Abraão também eram comuns no ambiente de Joseph Smith. Por exemplo, em 1816, Thomas Taylor publicou uma obra em dois volumes chamada The Six Books of Proclus on the Theology of Plato. O volume 2 (pp. 140-146) contém frases e idéias semelhantes aos conceitos astronômicos contidos em Abraão 3 e no Facsímile nº 2. Nestas seis páginas, Taylor chama os planetas de "governantes" e usa o termo "estrelas fixas e planetas".

Ambas as obras referem-se ao sol como um planeta recebendo sua luz e energia a partir de uma esfera superior, em vez de gerar sua própria luz através da fusão de hélio e hidrogênio, (cf. Fac. 2, fig. 5). O estudioso SUD R. Grant Athay, astrônomo e diretor de pesquisa da University of Colorado Observatory, escreveu:

"No momento em que o Livro de Abraão foi traduzido ... a fonte de energia do sol era desconhecida", e "o conceito de uma estrela que influencia a outra também era um conceito comum na época."11 .

Refletindo mais a cosmologia do século XIX, Taylor (cf. Abraão 3:4-10) descreve a progressão do tempo entre os corpos do universo. Como Abraão 3:16-19, algumas pessoas da época de Joseph Smith também acreditavam na ordem progressiva de orbes e que inteligências os habitavam. De acordo com Athay:

“Eles acreditavam que a superfície do sol era sólida, e que era habitado por seres humanos. Na verdade, eles acreditavam que era habitado pelo homem. Acreditavam também que todos os planetas do sistema solar eram habitadas pelo homem, inclusive a lua... O conceito de sistemas de mundos múltiplos, múltiplas habitações do homem ... era um tema bastante comum nessa época.”12

Corroborando o fato de que a idéia de pessoas viverem no sol e na lua era predominante no seio da estrutura social da primeira geração dos Santos dos Últimos Dias, estão as seguintes afirmações.

Em 1833, Oliver Cowdery, declarou:

"É muito agradável deixar a mente se expandir e contemplar as vastas criações do Todo-Poderoso, ver os planetas executarem suas revoluções regulares e observar seus movimentos precisos; ver os mil sóis darem a luz a milhares de globos, movendo-se em suas respectivas órbitas, e girando sobre seus vários eixos, todos habitados por seres inteligentes ..." (The Evening and the Morning Star, Vol. 2. (dezembro 1833): p. 116 - Ênfase adicionada)

Em um sermão dado em 27 de abril de 1843 por Hiram Smith sobre a pluralidade dos deuses e dos mundos, temos o seguinte comentário:

"... Todas as estrelas que vemos são mundos habitados da mesma forma que este mundo é povoado. O Sol e a Lua são habitados, e as estrelas (Jesus Cristo é a luz do Sol, etc.) As estrelas são habitadas da mesma forma que a Terra. Mas muitas delas são maiores que a Terra, e muitas que não podemos ver sem telescópio são maiores que a Terra. Elas estão sob a mesma ordem, e assim como a Terra, estão sofrendo as mesmas alterações." (George Nauvoo Laub Journal, Ênfase adicionada)

Mais especificamente, de acordo com Grant Palmer, Joseph Smith era proprietário de um livro especial, que provavelmente influenciou grandemente sua cosmologia. Klaus Hansen, um estudioso SUD, também escreveu:

"O aspecto progressivo da teologia de Joseph, bem como a sua cosmologia, embora de um modo geral compatível com o pensamento de antes da guerra, apresentam algumas semelhanças notáveis com o livro de Thomas Dick, Philosophy of a Future State, uma segunda edição que tinha sido publicada em 1830."

Joseph Smith possuía uma cópia do trabalho, e Oliver Cowdery, em dezembro 1836 citou alguns trechos longos no Messenger and Advocate [dezembro 1836: 423-25].

Hansen continua:

“Alguns paralelos muito marcantes na teologia de Smith sugerem que as similaridades entre os dois trabalhos podem ser mais do que coincidência. O longo livro de Dick, um tratado ambicioso sobre astronomia e metafísica, propôs a idéia que a matéria é eterna e indestrutível e rejeitou a noção de uma criação a partir do nada. Grande parte do livro trata sobre a infinidade do universo, composto de inumeráveis estrelas espalhadas ao longo de distâncias imensuráveis.”

“Dick especula que muitas dessas estrelas eram povoadas por "várias ordens de inteligências" e que estas inteligências eram "seres progressista" em vários estágios de evolução rumo à perfeição. No Livro de Abraão, parte do qual consiste de um tratado sobre astronomia e cosmologia, seres eternos de várias ordens e fases de desenvolvimento igualmente preenchem numerosas estrelas. Eles também são chamados de "inteligências". Dick especulou que "os sistemas do universo giram em torno de um centro comum ... o trono de Deus." No Livro de Abraão, uma estrela chamada Colob "é a mais próxima ao trono de Deus." Outras estrelas, sempre em ordem decrescente, foram colocados em distâncias cada vez maiores a partir deste centro.”

Hansen observou ainda que:

“De acordo com o Livro de Abraão, o patriarca tinha um conhecimento dos tempos de vários planetas, "   E assim haverá o cálculo do tempo de um planeta acima de outro, até que te aproximes de Colobe; e Colobe segue o cálculo do tempo do Senhor e Colobe está perto do trono de Deus a fim de governar todos os planetas pertencentes à mesma ordem daquele em que te encontras. " Uma revolução de Colobe " uma revolução era um dia para o Senhor, segundo sua maneira de calcular, sendo mil anos conforme o tempo designado para onde te encontras”. O tempo de Deus, portanto, está perfeitamente de acordp com as leis da relatividade de Galileu e a mecânica newtoniana."

O que encontramos em Abraão 3 e nas escrituras oficiais da Igreja SUD sobre ciência reflete um conceito de um mundo newtoniano. A cosmologia ptolomaica da igreja católica foi substituída pelo modelo de Copérnico e Newton, assim como agora, a visão do século XIX canonizada por Newton é desafiada pela ciência de Einstein do século XX. Keith Norman, um erudito mórmon, tem escrito que a igreja mórmon "não pode mais fingir que não há conflitos." Ele continua:

“A cosmologia científica começou seu salto quando a doutrina mórmon estava apenas se estabilizando. A revolução na física do século XX, precipitada por Einstein, destronou a física newtoniana como a explicação definitiva da maneira como o universo funciona. A Teoria da Relatividade e a Mecânica Quântica, combinadas com os avanços da astronomia, criaram uma imagem muito diferente de como o universo começou, como ele está estruturado e funciona, e a natureza da matéria e da energia. ... Esta nova cosmologia científica apresenta um desafio sério para a versão mórmon do universo.”

Muitas das ideias astronómicas e cosmológicas encontradas no ambiente, tanto de Joseph Smith quanto do Livro de Abraão, foram destronadas, e alguns desses conceitos newtonianos são relíquias científicas. As evidências sugerem que o Livro de Abraão reflete mais os conceitos do local e da época de Joseph Smith do que do mundo antigo.13

As relíquias de Newton, que são importantes nos ensinos tradicionais SUD incluem um universo que sempre existiu, e que fisicamente não tem fronteiras (ou seja, é infinitamente grande). Stephen Hawking, em seu clássico livro A Brief History of Time, resumiu o raciocínio de Newton por trás da idéia de um universo "infinito", que era geralmente aceita como verdade nos dias de Joseph Smith.

O modelo de Copérnico fez desaparecer as esferas celestes de Ptolomeu e, com eles, a idéia de que o universo tinha uma fronteira natural. Uma vez que as "estrelas fixas" não pareciam alterar a sua posição além de sua rotação no céu causada pela translação da terra, tornou-se natural supor que as estrelas fixas eram objetos como o nosso sol, mas muito mais distantes.

Newton percebeu que, de acordo com sua teoria da gravidade, as estrelas deveriam se atrair, de modo que parecia não poderiam permanecer essencialmente sem movimento. Elas não cairiam todas juntas em um certo ponto? Em uma carta escrita em 1691 a Richard Bentley, outro importante pensador de seu tempo, Newton argumentava que isso realmente aconteceria se houvesse apenas um número finito de estrelas distribuídas numa região finita do espaço. Mas, ele argumentou, se, por outro lado houvesse um número infinito de estrelas, distribuídas mais ou menos uniformemente em um espaço infinito, isso não aconteceria,
porque não haveria qualquer ponto central para que elas caíssem.14

Infelizmente, essa ideia de um universo "infinito" parece ser uma impossibilidade. Stephen Hawking explica:

“Este argumento é um exemplo dos perigos que você pode encontrar ao falar acerca do infinito. Em um universo infinito, cada ponto pode ser considerado como o centro, porque cada ponto tem um número infinito de estrelas de cada lado. A abordagem correta, que foi realizada somente muito mais tarde, é se considerar a situação finita, onde as estrelas caem todas umas sobre as outras, e depois perguntar como as coisas mudarim se alguém acrescentasse mais estrelas distribuídas ao acaso fora desta região. De acordo com a lei de Newton, as estrelas extras não fariam nenhuma diferença para as originais, pois as estrelas cairiam com a mesma rapidez. Nós podemos acrescentar tantas estrelas quanto quisermos, mas elas continuarão a cair sobre si mesmas. Nós agora sabemos que é impossível ter um modelo estático e infinito do universo, em que a gravidade é sempre atrativa ...

“Outra... dificuldade é que em um universo estático infinito quase toda linha de visão terminaria na superfície de uma estrela. Assim, seria de se esperar que o céu fosse tão brilhante como o sol, mesmo durante a noite. O contra-argumento foi que a luz das estrelas distantes seria atenuada por absorção pela matéria interveniente. No entanto, se isso acontecesse, a matéria interveniente aqueceria até eventualmente brilhar com a mesma intensidade das estrelas. A única maneira de evitar a conclusão de que todo o céu noturno deveria ser tão brilhante quanto a superfície do Sol, seria admitir que as estrelas não estão brilhando desde o sempre, mas que foram ligadas em algum tempo finito no passado. Nesse caso, a matéria absorvente pode ainda não ter aquecido, ou a luz das estrelas distantes ainda não nos ter alcançado”.15

Também sabemos agora que o universo teve um começo. Como sabemos isso? Porque o universo está se expandindo - todas as estrelas estão se afastando umas das outras, e do seu ponto de origem. Se pudéssemos traçar os caminhos das estrelas para trás, iríamos encontrar um ponto no espaço e no tempo em que toda a matéria esteve toda unida - portanto, o início do universo. Hoje, os astrônomos estimam que ele começou a cerca de 15 bilhões de anos atrás.

Assim, fica a grande questão: por que Abraão daria os conceitos astronômicos falhos do século 19? Por que ele não teria dado os conceitos astronômicos falhos da antiga Babilônia (ou os antigos conceitos sumérios, etc)? Se o Livro de Abraão estava cheio de idéias astronômicas antigas e falhas, poderíamos aceitar o Livro de Abraão como um documento antigo. Mas, novamente, vemos as idéias que são claramente anacronismos que apontam estarem muito distantes de Abraão, e muito próximas de Joseph Smith.

_____________________
Notas



9a. Edward H. Ashment, "Making the Scriptures 'Indeed One In Our Hands'," in The Word of God: Essays on Mormon Scripture, ed. by Dan Vogel, publ. Signature Books, p. 245.
9b. This graphic is taken from Grant Palmer's book, An Insider's View of Mormon Origins, publ. Signature Books, 2002, p. 18. Be aware that the handwritten notation "Hyrum Smith's book" was not originally on the title page of Josephus's book, but it was on another page of the book. When Palmer, or the folks at Signature Books, created the graphic, the signature was combined with the title page in order to more clearly illustrate that this book of Josephus was owned by Hyrum
10. Grant Palmer, An Insider's View of Mormon Origins, publ. Signature Books, 2002, pp. 16-19
11. R. Grant Athay, "Astronomy in the Book of Abraão," Book of Abraão Symposium (Salt Lake City: University of Utah Institute of Religion, 3 Apr. 1970), ix, 60-61.
12. R. Grant Athay, "Astronomy in the Book of Abraão," Book of Abraão Symposium (Salt Lake City: University of Utah Institute of Religion, 3 Apr. 1970), ix, 60-61. ALSO, Grant Palmer, An Insider's View of Mormon Origins, publ. Signature Books, 2002, pp. 21-22
13. Grant Palmer, An Insider's View of Mormon Origins, publ. Signature Books, 2002, pp. 22-25
14. Stephen Hawking, A Brief History of Time: The Updated and Expanded Tenth Anniversary Edition [1998], p. 5.
15. Stephen Hawking, A Brief History of Time: The Updated and Expanded Tenth Anniversary Edition [1998], pp. 6, 7

O LIVRO DE ABRAÃO - ANACRONISMOS


PRÉVIO                                                                               POSTERIOR



 ANACRONISMOS DO LIVRO DE ABRAÃO

Texto traduzido e adaptado de Examining the Book of Abraão - Chapter 8
by Kevin Mathie

Tão interessante quanto as imagens, são os capítulos e versículos que compõem a maioria do Livro de Abraão. Existe alguma coisa que o corpo principal do livro possa nos dizer sobre a sua autenticidade?

Uma das maneiras que os estudiosos determinam se um documento é verdadeiramente histórico é determinar se existem anacronismos. Simplificando, anacronismos são fatos/coisas mencionados no documento que estão “fora do lugar”.

Infelizmente, na maioria dos casos de falsificação ou fraude, os investigadores de documentos antigos não têm o luxo de ler algo muito óbvio. Eles devem contar com o reconhecimento muito sutil de anacronismos, como a menção de um objeto ou um nome que não existia quando o documento foi supostamente escrito.

O mesmo acontece com o Livro de Abraão. Se este livro foi realmente escrito "pela mão" de Abraão, então não deve haver qualquer coisa que não seri conhecido da população que vivia em seu tempo na história. Portanto, se aceitarmos que Abraão viveu entre 2200 aC e 1500 aC. (o Dicionário Bíblico coloca seu nascimento em 1996 aC), então não pode haver qualquer coisa em suas páginas que só poderia ser conhecido após esse período. Se um anacronismo ocorrer, certamente foi ali colocado após o tempo de Abraão.

Anacronismos no Livro de Abraão

Se assumirmos que a última data acima, ie. 1500 aC, é a última possível para a existência de Abraão, então é correto afirmar que são anacronismos 1:

1 - Facsímile n º 1 - Esta vinheta é especificamente mencionada no texto do Livro de Abraão (Abr. 1:12, 14), mas a vinheta em si data de cerca de 150-100 aC

2 - Caldéia - Este nome ocorre em Abraão 1:1, 8, 13, 20, 23, 29, 30 e 2:4. Os caldeus surgiram no século IX aC, na terra ao sul do atual Iraque (Babilônia), e, aparentemente, migraram para a Síria2. Se os caldeus surgiram no século 9 aC, e Abraão viveu antes de 1500 aC, então a referência para os caldeus no Livro de Abraão é um anacronismo de 700 anos ou mais - um anacronismo muito grande.

3 -  Faraó - Abraão 1:6 usa a frase "Faraó, rei do Egito." Abraão 1:20 diz que o Faraó "significa rei por sangue real". E em Abraão 1:25, "Faraó" é usado como um nome próprio em vez de um título: "... o primeiro governo do Egito foi estabelecida pelo Faraó, filho mais velho de Egitus, a filha de Cão". A palavra Faraó vem de um termo egípcio para o rei do palácio, que em egípcio poderia ser chamado de "casa grande". O termo "Faraó" não foi usado como um título para o governante do Egito até 1504 aC.

Alguns apologistas sugerem que o "Faraó" teria sido a tradução de Joseph para a palavra que significa "rei", e que a palavra "faraó" nunca realmente apareceu no texto. No entanto, devemos lembrar que em Abraão 1:25, "Faraó" é usado como um nome próprio. Além disso, Joseph claramente considerou que Faraó era o nome de uma pessoa, conforme   sua interpretação do Facsímile n º 3 e Figura 2, onde se lê, "o rei Faraó, cujo nome é dado nos caracteres acima de sua cabeça" 3.

Conclusão: O termo "Faraó" está na beira de um anacronismo. Se assumirmos que Abraão viveu muito antes de 1500 aC – como é datado no Dicionário da Bíblia - então a palavra "Faraó" é definitivamente um anacronismo. No entanto, se data da existência de Abraão foi por volta de 1500 aC, então ela não pode ser considerada anacrônica. Portanto, o leitor deve decidir se a palavra "Faraó" é problemática ou não.

4 - Colina de  Potifar - Potifar é, na realidade, a forma hebraica de um nome egípcio, que seria estranho Abraão ter utilizado, pois é mais provável que ele tenha falado babilônico-semítico ao invés de hebraico (que pode, por si só, ser anacrônico nos dias de Abraão) 4. De acordo com o egiptólogo SUD Stephen E. Thompson, "A única ocorrência do equivalente egípcio de" Potifar" é encontrado no Cairo, na estela(pilar) 65444, que remonta à XXI dinastia egípcia (1069-945 aC)"5.

5 - Egitus - Abr. 1:23: "A terra do Egito sendo, primeiramente, descoberta por uma mulher, que era filha de Cão e filha de Egitus que, em caldeu, significa Egito e quer dizer aquilo que é proibido". Stephen E. Thompson:
"Primeiro, Egitus não é uma palavra caldéia, mas grega, e não significa "proibido" em qualquer idioma. O grego "Egitus "aparentemente deriva do egípcio hwt-k3-pth, "a casa da ka de Ptah", que era o nome de um templo de Ptah em Memphis. Durante o Novo Império, este termo passou a designar a cidade de Memphis, a capital do Egito, onde o templo estava localizado. Também há alguma evidência de que os estrangeiros se referiam ao país do Egito por este termo, como é atestado em uma barra de Micenas, que está datada em cerca de 1375 aC, ou seja, 125 anos depois de Abraão, como o nome de um homem, pressupondo que já era o nome para o Egito. Note também que o texto (Abr. 1:22-25) implica que o nome “Egito” derivou de um antepassado epónimo, Egyptus. Dado aos fatos relativos à origem da palavra Egyptus, no entanto, isso não pode representar a realidade histórica"6.

Estes não são todos os anacronismos encontrados no Livro de Abraão, mas eles são representativos. Com base nos cinco anacronismos acima, o Facsímile 1 é aquele com a data mais recente. Portanto, o texto do livro de Abraão não poderia ter sido composto até 150-100 aC na melhor das hipóteses.
Poderia ter sido escrito em qualquer momento após esse período, mas não antes.

Reconstrução Incorreta da História

O egiptólogo Stephen E. Thompson afirmou:

“Um dos eventos principais do Livro de Abraão é o atentado de sacrifício que Abraão sofreu. Somos informados de que na terra dos caldeus, o "deus do Faraó", que aparentemente deve ser tomado como "o deus Faraó", era adorado (Abr. 1:7, 9-10, 13, 17). Havia até mesmo sacerdotes dedicado à adoração do Faraó, e estes sacerdotes ofereciam sacrifícios humanos a ele. Dizem-nos que a "oferta de gratidão" que foi oferecida consistia de um filho (v. 10), e que três "virgens" foram mortas no altar sacrificial porque "não se curvaram para adorar deuses de madeira ou de pedra" (v. 11). Finalmente, o sacerdote do Faraó tentou sacrificar Abraão, e nessa altura o Senhor interveio, resgatou Abraão, e destruiu o altar e o sacerdote (v. 15-20)”.

Disto podemos inferir várias coisas. Aparentemente, o Faraó e várias outras divindades egípcias eram adorados na Caldéia. Não é dito especificamente que os outros deuses eram egípcios, mas somos informados que as práticas de culto foram "à maneira dos egípcios" (Abr. 1.9,11), e as imagens que representam esses deuses são egípcias (v. 14). Podemos, portanto, inferir de maneira plausível que eram divindades egípcias.

Parte da adoração dos deuses envolvia o sacrifício humano. A religião daquela época e local era intolerante, e qualquer um que escolhesse não se envolver nestas práticas de culto corria o risco de perder a sua vida. Estas práticas parecem ter sido aprovadas ou promovidas, ou pelo menos incentivadas, pelo faraó egípcio. O livro diz que quando o sacerdote que tentou realizar o sacrifício de Abraão morreu “houve grande lamentação na Caldéia e também na corte do Faraó" (v. 20) 7

Em primeiro lugar, não há evidências de que o sacrifício humano era praticado pelos antigos egípcios em sua vasta história - e certamente nenhum sacrifício humano de crianças! Os egípcios pareciam ser, no seu conjunto, uma sociedade relativamente pacífica e gentil.

As únicas indicações de que o sacrifício humano fora praticado no antigo Egito tendem a apontar para a pré-história egípcia e parecem ter sido realizadas em apenas um ou dois contextos: ou criminosos e prisioneiros de guerra eram sacrificados, ou funcionários foram sacrificados para ser enterrado com seu mestre. No entanto, após a primeira dinastia, o sacrifício humano não foi praticada.7a

Em segundo lugar, todas as evidências apontam que os egípcios eram muito tolerantes para com as religiões dos outros. J. Cerny escreveu:

"Os egípcios eram tolerantes uns com os outros dentro do próprio Egito e eles eram igualmente tolerantes aos deuses do país conquistado. ... Com os deuses nativos eles se comportavam como faziam tantas vezes no Egito com o deus ou deusa de outra cidade: eles simplesmente consideravam-nos como nomes e formas diferentes das suas próprias divindades egípcias. É evidente que, nestas circunstâncias não poderia surgir a heresia, e com exceção do um curto período do reinado de Akenaton, nada se sabe sobre a perseguição religiosa de qualquer tipo no Egito ". (J. Cerny, Ancient Egyptian Religion, 1957) 8

Em terceiro lugar, estudos "indicam que os deuses egípcios raramente eram adorados na Síria-Palestina, e apenas a título excepcional. Ao invés de introduzir deuses egípcios na Ásia, a ocorrência mais comum era os egípcios que estavam nos postos na Palestina adotarem o culto do Deuses asiáticos locais. Stefan Wimmer escreveu recentemente que os egípcios "nunca pensaram em forçar a população [local da Síria-Palestina] a abandonar seus deuses em troca dos deuses egípcios" 9.
_____________________
Notas

1. This list comes from: Stephen E. Thompson, "Egyptology and the Book of Abraão", Dialogue: A Journal of Mormon Thought, Spring 1995
2. Stephen E. Thompson, "Egyptology and the Book of Abraão", Dialogue: A Journal of Mormon Thought, Spring 1995, p. 154
3. Stephen E. Thompson, "Egyptology and the Book of Abraão", Dialogue: A Journal of Mormon Thought, Spring 1995, pp. 154-155
4. Samuel A. B. Mercer, PhD., "Joseph Smith as an Interpreter and Translator of Egyptian", The Utah Survey, Vol. 1, No. 1, September 1913, p. 22 — Also, check out an interesting site called History of Hebrew by David Steinberg. According to Steinberg, we would have had a "Proto-Hebrew" language around the year 2000 B.C.E., but "Biblical Hebrew" didn't really crystalize until 900 B.C.E. in Jerusalem
5. Stephen E. Thompson, "Egyptology and the Book of Abraão", Dialogue: A Journal of Mormon Thought, Spring 1995, pp. 155
6. Stephen E. Thompson, "Egyptology and the Book of Abraão", Dialogue: A Journal of Mormon Thought, Spring 1995, pp. 155-156
7. Stephen E. Thompson, "Egyptology and the Book of Abraão", Dialogue: A Journal of Mormon Thought, Spring 1995, pp. 156-158
7a. For an overview of human sacrifice practices of Ancient Egypt, see Caroline Seawright Human Sacrifice in Ancient Egypt, October 11, 2003
8. As quoted by Stephen E. Thompson, "Egyptology and the Book of Abraão", Dialogue: A Journal of Mormon Thought, Spring 1995, p. 159
9. Stephen E. Thompson, "Egyptology and the Book of Abraão", Dialogue: A Journal of Mormon Thought, Spring 1995, pp. 158-159