quarta-feira, 21 de abril de 2010

Mountain Meadows - introdução

INTRODUÇÃO
Texto extraído e adaptado de Diário História SUD

Em 11 de setembro de 1857, um grupo de viajantes atravessavam o estado de Utah, em direção à Califórnia.

Ao pararem no território de Utah, para descansarem e comprarem mais provisões, não se deram conta que estavam em meio à uma quase guerra civil entre este estado e o país.
Como consequência, todos foram cruelmente massacrados pelos mórmons, mesmo após entregarem todas as armas como sinal de confiança.

Alguns dados:
  • 120 homens e crianças foram executadas a sangue-frio (tiros dados à queima-roupa. Alguns foram dados na cabeça ou na nuca.)
  • 17 crianças foram poupadas. 

Porém, por mais de 100 anos, a Igreja SUD negou qualquer envolvimento mórmon  no massacre de ‘Moutain Meadows’. Um tempo muito, mas muito longo.
 
Ao contrário do que se esperaria de uma instituição digna, ela culpou os índios Paiútes pelo massacre.

A reação da Igreja, de acordo com documentos históricos, foi a seguinte:
 
•    George Q. Cannon, então presidente da missão Califórnia respondeu aos relatos iniciais do envolvimento de mórmons acusando os jornalistas de escrever “calúnias imprudentes e malignas” apesar de saberem que os mórmons do sul de Utah não eram “tão inocentes... quanto um feto” como foi publicado.


 
•    O jornal ‘Deseret News’ foi extremamente lento para comentar sobre o massacre. Por alguns meses, o jornal negou qualquer envolvimento mórmon, e então permaneceu em silêncio até 1869, quando voltou a negar envolvimento dos mormons.

 
•    Em 1872, 15 anos após o evento, finalmente Brigham Young excomungou Lee e Haight pelo massacre (informações tiradas do site fairlds.org)

Mas estas são apenas as reações iniciais quanto ao massacre de ‘Mountain Meadows’. 

Para somar a estas reações, 20 anos após o massacre apenas uma pessoa acabou sendo punida (executada) e este foi John D. Lee (foto ao lado) em 1877. 

O presidente da igreja Brigham Young foi entrevistado por um repórter e disse que considerava o destino de Lee justo. Ele negou envolvimento pessoal e negou que a doutrina da expiação pelo sangue tivesse contribuído no massacre. Porém afirmou que acreditava na doutrina “e acredito que Lee não expiou por metade de seu grande crime

•    Ao final dos anos 50, o presidente da igreja SUD,
David O. Mackay criou um comitê presidido pelo apóstolo Delbert L. Stapley, para investigar o massacre de ‘Mountain Meadows’. 

Este comitê recomendou que Mackay restaurasse a associação de John D.Lee

O presidente Mackay permitiu que um dos netos de John D.Lee fosse batizado em seu favor e então a Igreja restaurou o sacerdócio e a plenitude de associado da Igreja à Lee. (fairlds.org)

Como é possível observar, a própria Igreja reconheceu que havia utilizado John D.Lee como bode expiatório no final dos anos 50. 

Porém, a igreja SUD jamais tornou esta informação pública, porque diante das negações constantes e do distanciamento oficial em relação ao massacre, seria muito embaraçosa essa admissão.
 

Em 1940-50 uma mulher chamada Juanita Brooks (foto ao lado), uma mórmon devota, começou a fazer pesquisas históricas e, como resultado, escreveu um livro chamado “Mountain Meadows Massacre”.

Neste livro, ela faz um minucioso relato com detalhes históricos sobre o evento do massacre da montanha Meadows. Dentre seus escritos, ela reconhece que:
 
•    mórmons e líderes mórmons locais estavam envolvidos no massacre

 
•    era injusto jogar a culpa pelo massacre nos índios

 
•    após o massacre, ocorreu uma grande operação de encobertar os fatos pelos próximos 20 anos na Igreja em todos os níveis para evitar julgamentos e perseguições.

 
•    John D.Lee foi injustamente utilizado como bode expiatório

 
•    Ela desejava publicar o batismo póstumo e
secreto de John D.Lee

As Reações da Igreja em relação à
Juanita Brooks:
 
•    foi marginalizada pelos membros locais e liderança

 
•    foi ameaçada de excomunhão pelo Elder Delbert Stapley

 
•    David O.Mackay negou o pedido de excomunhão dizendo “Deixem ela em paz

 
Mas ela pagou um preço alto por apenas escrever história factual, direta e honesta. 


Interessante que, ao avançarmos a história em cerca de 40 anos após este livro, vemos que a Igreja SUD, na revista ‘Ensign’ de 2007 escreveu um artigo sobre o massacre de ‘Mountain Meadows’ onde eles reconhecem que:
 
•    mórmons e líderes mórmons locais estavam envolvidos

 
•    que era injusto jogar a culpa no índios

 
•    apenas John D.Lee foi utilizado como bode expiatório e pagou pelo massacre

 
e eles foram até mais adiante, em um comunicado à impressa, Elder Henry B.Eyring diz:



Manifestamos profundo pesar pelo massacre realizado neste vale à 150 anos desta data, e pelos incontáveis e desnecessários sofrimentos passados pelas vítimas, e sucessivamente por seus descendentes até o tempo presente.

 
A distinta expressão de pesar nós devemos aos índios Paiute que injustamente suportaram a culpa principal por muito tempo pelo que ocorrido durante o massacre" disse ele. 
 
"Embora a extensão do seu envolvimento é contestado, acredita-se que não teria acontecido sem a orientação e estímulo fornecido pelos líderes da igreja local e os membros." 
Élder Henry B. Eyrin, Apóstolo da Igreja SUD, 11 de setembro de 2007 - Anúncio da Igreja SUD por ocasião do 150º. Aniversário do Massacre de Mountain Meadows ocorrido em 11 de setembro de 1857

Infelizmente nenhuma desculpa foi dada a Juanita Brooks ou reconhecimento sobre esta apresentação do fato que ela foi punida por trazer todo o fruto de seus estudos à luz da verdade.


Mas pelo seu grande mérito, Jeffrey R.Holland, numa transcrição do ‘PBS’ – “The Mormons”
disse:

[Juanita Brooks] provavelmente ajudou a Igreja a encarar algo que todos nós desejávamos que nunca tivesse acontecido” Jeffrey R.Holland, Apóstolo SUD, Transcrição do PBS – The Mormons - 4 de Março de 2006

Portanto, ela foi punida e marginalizada por basicamente dizer a verdade, como já havia acontecido inúmeras vezes na história da igreja (veja sobre Oliver Cowdery, Sarah Pratt e Jane Law, entre outros).


Numa publicação mórmon não-oficial intitulada ‘Sunstone magazine’, o estudioso Levi Peterson é citado dizendo:
 


Em tudo isso, Juanita tornou-se algo maior do que simplesmente uma historiadora respeitável. Para vários mórmons que, cedo ou tarde, aceitam a sua interpretação do massacre, ela tem servido como uma dramaturga e uma confessora. 
 
"Ela confrontou-nos com fatos terríveis e decepcionantes, despertou-nos a tristeza e o arrependimento vicário, em seguida, levou-nos a compreensão e perdão aos nossos antepassados errantes. 
 
"Igualmente importante, esta corajosa dona-de-casa tem inspirado e encorajado os não-conformistas e os protestantes de todas os tipos entre os mórmons. Inquestionavelmente, Juanita Brooks permanecerá famosa como uma das grandes campeãs da liberdade de investigação e do debate aberto na história do mormonismo.” Levi Peterson, Sunstone Magazine, Issue 73

E o mais inspirador é talvez, como Juanita Brooks foi capaz de realizar este meticuloso trabalho de pesquisas históricas sendo mãe, dona-de-casa e professora. Claudia Bushman nos lembra de que:

 


Ela sempre manteve a tábua de passar roupas aberta e mantinha uma cesta de roupas sujas próximas a sua escrivaninha. Quando alguém se aproximava, ela começava a passar a roupa, então ninguém saberia o que ela estava escrevendo. Para completar, Juanita viajava de ônibus durante a noite para fazer suas pesquisas em Salt Lake City ou na Biblioteca de Huntington

Um tremendo sacrifício foi pago por Juanita, por falar a verdade, sofrendo grandemente por isto. Será que o discurso do
Elder Henry B.Eyring é suficiente para reparar todo o sofrimento desta grande mulher?

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13 comentários:

  1. Olá investigadora,
    Quero parabenizá-la por mais esta postagem em seu blog. Realmente é muito boa. Desejo ressaltar, no entanto, que você presta um grande auxílio à verdade, quando transcreve para o português, textos que em sua maioria são de fontes em inglês, conforme diz no cabeçalho de seu blog, facilitando assim, que pessoas que não compreendam tal idioma possam ler os textos e com isso libertar-se, talvez, do sono mental em que se encontram.
    Forte abraço!

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  2. Querem a verdade? Ou querem ser bajulados e apoiados em suas difamações?

    Bom, se quiserem saber a verdade, não percam essa matéria, traduzida de fontes seguras:

    http://marcelotodaro.info/?p=203#comment-3706

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  3. Erika

    Este post foi tirado de um blog de UM MÓRMON. Vá no link que coloquei no início da página e verifique por si mesmo....

    Aiai, quanta ignorância... difamando o blog de um membro da igreja... que feio!

    Você com certeza ignora isso... assim como ignora quem é o autor desse site que vc sugere.

    Veja aqui, que doce de pessoa e como ele pode ser confiável pels respostas à este post: http://investigacoessud.blogspot.com/2009/11/evidencias-cientificas-contra-o-livro.html

    Portanto, se você acha que ele, como membro da igreja, traduz apenas coisas de fontes confiáveis, eu acho que apenas não membros da igreja traduzem coisas confiáveis.

    Pronto!

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  4. O Blog Diario e Historia Sud não vem de um MORMON como vc diz, mas quem lê é claro que deva vir de alguns MORNOS. Tão confiável como qualquer fonte anti mórmon: tendenciosa e ambígua.

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  5. Geraldo

    Não sou eu quem diz ou julga, mas é o que os autores do blog dizem sobre si mesmos. Aliás, porque quem não e mórmon diria isso?

    Já o seu julgamento é um tanto ferino e, digamos, horripilante, para quem se diz ser um escolhido do Senhor, não acha?

    Vá aprender um pouco mais sobre isso, sobre amor e não volte aqui. Esse blog definitivamente não é para pessoas como você!

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  6. Se A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é obra de homens, se desfará,

    Mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus.

    Veja Atos 5:38-39 onde Gamaliel aconselha os doutores da lei da época a não matarem os apóstolos.

    No Velho Testamento pessoas agiram contrário ao que fora revelado pelos profetas,e como consequências muitos morreram , e apesar disso não deixaram de ser o povo do Convênio.Deus continuou chamando profetas entre eles e o própio Salvador nasceu entre eles e organizou a Igreja chamando homens descedentes de Israel.
    E eles sempre serão o povo do convênio.

    Esse acontecimento tão triste na história da Igreja foi algo que aconteceu isolado por pessoas que agiram por impulso sem esperar a revelação divina autorizada por Deus na Terra, no caso da época o profeta Brigham Young.

    Sempre haverá na Igreja , o joio e o trigo e não podemos condenar a Igreja por causa do joio que se passou por trigo. O Julgamento caberá ao Grande Juiz.

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  7. Cláudio

    Há controvérsias (e várias) de que BY não soubesse.

    John D. Lee, por exemplo, afirmou categoricamente que BY sabia exatamente o que acontecia e simplesmente ficou quieto, deixando com que as coisas acontecessem.

    Mas muito do que se passou nào saberemos, pois o próprio BY organizou um mutirão para queimar todos os documentos referentes à este incidente (estranho, não?)

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  8. John D. Lee, é claro estava se defedendo, não é a toa que foi excomungado.

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  9. Sena

    John D. Lee foi excomungado e julgado apenas 20 anos após o massacre. Os seus escritos foram anteriores à isso....

    E todos sabem que ele foi O ÚNICO a ser condenado. Portanto, foi o testa-de-ferro desse massacre horrível.

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  10. Quem já assistiu o filme "Setembro Negro", não fica com dúvidas de que a ordem do massagre de Mountain Meadows partiu do próprio B. Young, fanático religioso e lider dos mórmons. Por que será que os mórmons escondem tanto o passado sombrio e duvidoso? Por que não assumem a culpa e se desculpem ao mundo pelas atrocidades do passado? Uma seita repugnante, ainda tem a coragem de afirmarem que são honestos e verdadeiros em uma de suas regras de fé.

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  11. Infelizmente eles jamais assumirão tais atos, assim como jamais pedirão perdão aos negros, jamis mudarão a doutrina da poligamia eterna....

    Imagine só quantos membros perderiam se voltassem atrás!

    Abs

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  12. Claudio, "se" a Igreja de Cristo fosse obra de homens, talvés ela precisasse de um homem como o Smith pra restaurá-la, mas como A Igreja de Cristo foi obra de DEUS a restauração que os mórmons tanto defendem é falsa. Simples assim.

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